PAPEL DE RODNEY

Por Renata Oliveira - Séculodiário

A chegada de Rodney Miranda à presidência do DEM se deve a mais uma movimentação de Theodorico Ferraço. Amigo do ex-secretário de Segurança, ele foi autor de um mecanismo para tirar a sigla da mão do vereador Max da Mata. Para Rodney, a presidência do DEM o fortalece na função que terá dentro da Assembleia.

O demista foi a aposta do ex-governador Paulo Hartung para atuar como seu advogado na Casa, que tem uma vitrine permanente por quatro anos para o debate. E com um agravante: Caso José Carlos Elias (PTB) seja eleito em 2012 para a prefeitura de Linhares, seu suplente na Assembleia é ninguém menos que Max Mauro, do mesmo partido.

Dentro da Casa, o ex-governador pode muito bem passar um pente fino na gestão de Paulo Hartung, seu principal adversário político. Rodney estará na Assembleia para defender o governo justamente em seu calcanhar de Aquiles: a segurança pública.

Rodney teve uma passagem muito atribulada pela Secretaria de Segurança do Estado, com enfrentamento do comando da PM, grampos telefônicos e a maquiagem de dados de homicídios, culminando com a denúncia internacional de tortura em presídios, ônus que dividiu com o secretário de Justiça, Ângelo Roncalli.

Casos graves, que levaram o Estado a ser referência negativa na área da segurança. Mas Rodney conseguiu se blindar em relação às agendas negativas e se elegeu para a Assembleia e lá defenderá os interesses de Hartung.

Na Casa, vai comandar a comissão especial antidrogas. Durante sua gestão na Sesp, não apresentou medidas eficazes de combate ao tráfico de drogas e nem apresentou uma política de segurança pública que conseguisse reduzir a sensação de insegurança no Estado. Na Assembleia, onde o debate será reduzido, dificilmente Rodney conseguirá contribuir para uma política de combate às drogas.

Se em uma secretaria com orçamento e estrutura para um trabalho amplo na área, ele decepcionou, na Assembleia a comissão deve funcionar apenas como vitrine para fortalecer sua imagem de supertira.