A
NEGAÇÃO DA JUSTIÇA - artigo de J. R. Guzzo
A
entrada do advogado Luís Roberto Barroso para o Supremo Tribunal Federal, na
vaga mais recente aberta na corte máxima da Justiça brasileira, é uma decisão
que dá medo.
Não
há nada de errado quanto ao homem em si. Tanto quanto se saiba, trata-se de um
bom cidadão, bom advogado e boa pessoa. Tem experiência e nunca foi reprovado,
muito menos por duas vezes seguidas, num concurso público. O problema do
ministro Barroso não está em quem ele é. Está no que ele pensa. Seu modo de
olhar para a vida, para a Justiça e para a relação entre uma e outra é
profundamente perturbador num Brasil onde o crime violento se torna a cada dia
uma atividade mais segura para quem o pratica. A presença de Barroso no STF
ajuda, e com o tempo talvez garanta, que o tribunal onde se molda o figurino
usado todos os dias nas decisões tomadas pela Justiça se enterre ainda mais no
esforço geral que vem sendo feito, há anos, para criar um país sem castigo.