Réus e condenados irão chefiar nove Assembleias
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Blindados
por colegas ou protegidos por recursos em andamento, deputados estaduais que se
enquadram nos critérios de ficha suja ou com pendências na Justiça assumiram o
comando de um terço das Assembleias Legislativas do país.
A
Folha identificou nove presidentes eleitos que já foram condenados ou respondem
a processos.
Há
casos como o de José Geraldo Riva (PSD), em Mato Grosso, que chegou a ser
cassado, mas conseguiu voltar meses depois. Ele é réu em mais de cem ações
cíveis e penais e já tem quatro condenações judiciais em primeira instância.
Chico
Guerra (PSDB), reeleito para a Assembleia de Roraima, foi condenado pelo
Tribunal Regional Federal da 1ª Região por participação no chamado
"esquema dos gafanhotos", que desviou dos cofres estaduais R$ 200
milhões.
E
Ricardo Marcelo (PEN), que novamente comandará o Legislativo da Paraíba, teve a
prestação de contas da sua campanha de 2006 rejeitada pelo Tribunal Regional
Eleitoral local.
Mas
a norma aprovada em 2010 acabou sendo questionada no Supremo Tribunal Federal e
só entrou em vigor no ano passado --quando os deputados já estavam exercendo
seus mandatos.
"A
gente não consegue que as punições se efetivem. É uma lacuna da lei", diz
o promotor Célio Fúrio, autor da maioria das ações contra José Riva, que dirige
a Assembleia de Mato Grosso pela sexta vez.
"Tecnicamente,
a gente não pode chamá-lo de ficha-suja, mas não se tem notícia na história do
Estado de um parlamentar com tantos problemas, seja de 'influência política',
seja de improbidade administrativa", afirmou o promotor.
No
levantamento, a reportagem encontrou casos de condenações em primeira instância
contra presidentes dos Legislativos de Alagoas, Espírito Santo e Minas Gerais,
além de acusações contra os do Rio, Acre e Piauí --cujo chefe, Themístocles
Filho (PMDB), está no quinto mandato seguido.
JULGAMENTOS
Para
Jovita Rosa, diretora do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, trata-se
de uma "situação esdrúxula" permitir que deputados que se enquadram
nas atuais vedações da Lei da Ficha Limpa comandem Assembleias.
Ela
se encontrou com o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, no
final de janeiro e pediu agilidade nos julgamentos de políticos.
Fonte: Folha de São Paulo
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