 |
Dá tudo no mesmo... |
Pacote
prevê atuação conjunta das polícias
Uma
das novidades do pacote será a implantação das chamadas Uips, Unidades
Integradas de Polícia
O governador Casagrande
vai anunciar hoje cedo no Palácio Anchieta, com pompa e circunstância, um
pacote de R$ 4 milhões para a área de segurança pública. Uma das novidades do
pacote será a implantação das chamadas Uips,
Unidades Integradas de Polícia. No mesmo espaço físico, as duas polícias
– a Militar e a Civil – trabalharão juntas.
Cidades
beneficiadas
Mais de 10 Uips serão
construídas no Estado. Hoje, entre outras medidas, Casagrande vai anunciar a
implantação das unidades em Terra Vermelha
(Vila Velha), Piúma e Castelo. A compra de novas viaturas e equipamentos
e o investimento em tecnologia também fazem parte do pacote.
Fonte: coluna Vitor Hugo de A Gazeta
Nosso comentário: diante dessa notícia de promover a integração das polícias, ficam perguntas carregadas de perplexidade: isso já não é algo inerente a elas que decorre da leitura da nossa Constituição? Qual o resultado prático das medidas anunciadas pelo Governo do Estado, que parece orgulhar-se de inventar a roda quadrada ou, no mínimo, reinventar a roda tal qual a conhecemos desde o começo dos tempos?
Não é segredo para ninguém que a atividade policial é única, consistindo no trabalho de prevenir ostensivamente as ações criminosas por meio de um policiamento visível, com policiais uniformizados, e, repressivamente, caso a prevenção tenha falhado, com policiais investigadores, que são o outro segmento da mesma polícia, dando ele início à persecução penal através de diligências que apontem seu autor para que o Estado possa puni-lo conforme a legislação vigente.
Porém, aqui no Brasil o legislador constituinte cometeu a insensatez de dividir em duas partes aquilo que deveria ser único. Não era para haver Polícia Militar e Polícia Civil para prevenir e reprimir o crime, mas apenas Polícia e ponto final. Ainda assim, não houve tanta incoerência a ponto de dizer que as atividades das duas instituições eram tão estanques que uma não deveria cooperar com a outra, até mesmo porque isso é uma decorrência do mais elementar raciocínio lógico. Portanto, falar em integração das polícias através de ações de um Governo em particular é uma grande redundância por parte dele, uma vez que as polícias já nasceram integradas, estejam ou não no mesmo espaço físico, o que seria um mero detalhe irrelevante.
Diante disso, cabe outra pergunta: a quem pensa que engana esse Governo que trata a segurança pública da mesma forma como trataram os seus antecessores, fato que vem resultando em índices crescentes e irredutíveis de criminalidade?