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Dilma e o primeiro-ministro russo |
Dilma
diz que 'não tem mais o que fazer' para impedir redivisão de royalties
BERNARDO MELLO FRANCO, ENVIADO
ESPECIAL A MOSCOU
A presidente Dilma Rousseff
afirmou nesta quinta-feira (13) que "não tem mais o que fazer" para
impedir que o Congresso derrube seu veto às mudanças na divisão dos royalties
do petróleo.
Em visita oficial a Rússia, ela
disse que o Congresso é autônomo e poderá tomar a decisão que quiser.
Se o veto for derrubado, o
Planalto sofrerá forte derrota política e os Estados produtores, como Rio de
Janeiro e Espírito Santo, perderão receita nos próximos anos.
"Eu já fiz todos os pleitos.
O maior é vetar. Eu não tenho mais o que fazer. Não tem nenhum gesto mais forte
do que o veto. Eu não vou impedir que ninguém vote de acordo com sua
consciência", afirmou.
Apesar do tom pessimista, a
presidente voltou a defender o veto às mudanças que prejudicariam os Estados
produtores em contratos de exploração de petróleo que já estão em vigor.
"Eu acredito que minha
decisão foi justa diante da legislação. A legislação diz claramente que não
pode descumprir contratos."
A presidente negou que a possível
derrota do Planalto abra uma crise na relação do governo com o Congresso.
"Eu acho que vocês adoram
muito a palavra crise. Em tudo vocês veem crise. Não tem crise. O funcionamento
da democracia é assim. Então nós temos que nos acostumar com ele", disse
aos jornalistas.
"Eu sou de uma época, eu era
bem mais nova, em que tudo no Brasil virava crise. Mas um tipo de crise bem
mais grave do que hoje. A gente ia para a cadeia", disse.
"Nós somos um país
democrático. Nada disso num país como o nosso pode resultar em crise. Isso é o
funcionamento da democracia", encerrou.
CARNE
Após se reunir com o
primeiro-ministro russo Dmitri Medvedev, a presidente se mostrou otimista com a
possibilidade de retirada das barreiras santitárias à exportação de carne
brasileira para o país.
Ela disse, no entanto, que o
governo russo ainda não informou sua decisão final sobre o assunto.
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