sábado, 25 de maio de 2013

SINPOL COMPARECE AO 7º ENCONTRO NACIONAL DE ENTIDADES REPRESENTATIVAS DOS POLICIAIS CIVIS




Nos dias 22 e 23 de maio (2013) uma delegação de diretores do SINPOL participou do 7º Encontro Nacional de Entidades de Policiais Civis realizado no Teatro Arena no SESC de Copacabana, Rio de Janeiro.

Durante esses dois dias foram debatidos temas referentes à PEC nº 37/11, que define a competência para investigação criminal, o PLC nº 132/12, que dispõe sobre a investigação criminal conduzida pelo Delegado de Polícia, a PL nº 1949, que institui a lei geral das polícias e dá outras providências, a Reforma do Código Penal, a Aposentadoria Especial – PLP nº 554/2010, que dispõe sobre a concessão de aposentadoria especial a servidores públicos que exerçam atividades de risco, entre outros temas.


Diversos sindicatos e federações de todo o país participaram do evento, contribuindo para o alinhamento do posicionamento nacional das Polícias Civil acerca dos temas supracitados. Dos dezessete representantes capixabas, treze eram representantes do SINPOL, dois do Sindipol e dois dos escrivães, sendo a delegação do Espírito Santo a que compareceu em maior número, tendo contribuído em muito com os trabalhos realizados. Os diretores do SINPOL/ES participantes do evento ocuparam quartos triplos e a alimentação foi franqueada pela organização do evento.

Na quarta-feira (22), após os trabalhos de abertura, aconteceu a palestra do Desembargador Edson Aguiar de Vasconcelos (ex-policial civil), titular da 17ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, sobre o tema "A Segurança Pública no Rio de Janeiro". O Desembargador disse que na Constituição de 1988 a polícia foi quem mais recebeu atribuições a serem desempenhadas; mais que o Ministério Público e mais que o próprio Judiciário. Disse ainda que se deve exigir que haja representação dos operadores de segurança (não só das chefias destes) na formulação das políticas públicas de segurança e pensa que a polícia deve fazer parte do Sistema Judiciário, porém, devendo ter autonomia administrativa, financeira e política, como acontece com o Judiciário e o Ministério Público, não devendo ser subordinada  a nenhum dos dois, tampouco ao Executivo.

Em seguida ocorreu a palestra de Divinato da Consolação Ferreira, Presidente da Federação Interestadual dos Policiais Civis das Regiões Centro Oeste e Norte - FEIPOL, sobre a PLC nº 132/12, que versa sobre as atribuições dos Delegados de Polícia nos Inquéritos Criminais. Divinato reafirmou que categoria é uma só: a de Policial Civil, conforme pacificado em decisão transitada e julgada no STF. Dentro da categoria Policial Civil o que existe são cargos: Delegado, Investigador, Escrivão, Perito, Agente, Auxiliares. Não somos serventuários do Delegado, somos pares, portanto, toda concessão, todo benefício, toda garantia, toda prerrogativa concedida aos Delegados deve ser obrigatoriamente estendida a todos os demais cargos das Polícias Civil. Assim como os Delegados, somos “Agentes do Estado” e a PLC 132 trata somente de um cargo e não da Polícia Civil como um todo.

Os trabalhos se encerraram às 21h00min nesse dia.

Na quinta-feira (23) os trabalhos se iniciaram com a palestra do Promotor de Justiça Luciano Oliveira Matos, Presidente da Associação do Ministério Público/RJ – AMPERJ -, e do Delegado Jaime Berbat, representante da Associação dos Delegados de Polícia Civil – ADEPOL -, ambos defendendo seus pontos de vista e debatendo entre si e com a plenária sobre a PEC 37/11.

Luciano Oliveira Matos defendeu a tese de que o Ministério Público também tem o direito de investigar, assim como a Polícia Judiciária e a Comissão Parlamentar de Inquérito; que a exclusividade do direito de investigar é um retrocesso e que o MP deve investigar em conjunto com a Polícia Judiciária.

Jaime Berbat, representante da Adepol, defendeu a tese de que na CF/88 não há atribuição do MP investigar e que a PEC 37 contempla uma forma de se garantir a prerrogativa da Polícia Judiciária de realizar os trabalhos de investigação. O Delegado disse que o MP não quer o dever de investigar, mas quer tão somente o poder de seletivamente determinar, escolher o quê, quem, quando e como investigar. O representante da Adepol acusa o MP de querer somente investigar gestores e políticos, para no dia de amanhã poder negociar com os mesmos os seus planos de cargos, salários e promoções.

Ao final das trocas de insinuações, acusações, réplicas, tréplicas e respostas às indagações da plenária, ficou evidenciado que tanto os Promotores de Justiça quanto os Delegados de Polícia estão alijando todos os demais cargos da Polícia Civil, deixando-os fora desse debate, e que as prerrogativas e benefícios serão dados exclusivamente a eles, ficando todos os demais cargos relegados a serem seus meros serventuários. Investigação criminal não se faz somente com Delegados ou Promotores, mas, sim com todo um conjunto de profissionais qualificados e preparados, cada um desempenhando sua fundamental e importante atividade que, no somatório de ações, culmina com a conclusão do Inquérito Policial e sua remessa ao poder judiciário.
Esses debates se estenderam até a hora do almoço.

Na parte da tarde (23) Roberto Varello, Inspetor de Polícia Civil da Delegacia Antisequestro – DAS - e o Comissário de Polícia Civil Fernando Bandeira, Presidente do Sinpol/RJ, palestraram sobre a Crise na Estrutura e na Gestão da PCERJ.

Em seguida o Investigador Mario Flanir de Oliveira Martins – Assessor Jurídico do Sinpol/RS palestrou sobre a Aposentadoria Especial do Policial Civil abordando a PLP nº 554/10, que dispõe sobre a concessão de aposentadoria especial a servidores públicos que exerçam atividades de risco. Após explanar acerca da LC 51/85, a CF/88 e suas posteriores Emendas, Mario Flanir ateve-se ao PLP 554/10, chamando a atenção para a proposta do artigo 3º, que em seu parágrafo único diz que se aplica o disposto nos §§ 2º, 3º, 8º e 17 do art. 40 da CF às aposentadorias especiais concedidas de acordo com a LC em epígrafe. Esse parágrafo único, na prática, revoga nossa integralidade e paridade e nossa aposentadoria passa a ser pela regra da média geral conforme a lei nº8213/91, que dispões sobre Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras providências. Mario Flanir ressalta que previdência por norma constitucional deve ser regulamentada por Lei Complementar e que o PLP 554/10 deve ser revisto, discutido, revisado e adequado às necessidades dos policiais para que não soframos ainda mais prejuízos.

O próximo palestrante foi o Inspetor Camilo Dornellas, Diretor do Centro de Estudos da Academia de Polícia Civil/RJ – ACADEPOL, abordando o tema Segurança nos Grandes Eventos (Copa das Confederações, Copa do Mundo e Olimpíadas), palestrando acerca da necessidade de capacitação continuada, da necessidade de se criar mecanismos de valorização, com planos de carreira justos e atraentes e com tratamento igualitário, afim de que haja o incentivo a carreira policial, para que ocorra o ingresso e a permanência na função, não sendo a polícia “trampolim” para outros concursos. Dornellas citou que “Delegado não tem policial (meu policial), nem funcionário. Ele tem colaborador!”, referindo-se ao valor e a autonomia funcional de cada cargo.

Já no início da noite foram tiradas em plenária as moções e principais decisões do 7º Encontro Nacional. Foi proposto e aprovado por unanimidade, em votação, que seria feito um manifesto de repúdio aos encaminhamentos dados à PEC37, pleiteando-se a garantia de assento das entidades representativas na comissão que trata desse assunto. Com relação à PLC 132, definiu-se que as prerrogativas, os direitos e benefícios devem ser extensivos e igualitários a todos os cargos das Polícias Civis. Ou é para todo mundo ou não é para ninguém. Em ambos os casos o que se quer é a previsão explícita, textual, de que as prerrogativas, direitos e benefícios sejam dados de forma igualitária a toda a categoria policial civil e não somente a um cargo em detrimento dos demais.

Dando continuidade aos trabalhos o Presidente do Sinpol de Sergipe – Antônio Morais palestrou sobre o tema PL 1949/07, que trata da proposição de criação da Lei Geral das Polícias, falando da grande necessidade de se ter uma Lei Geral, uma Lei Orgânica para as Polícias Civis de todo o Brasil, regulando toda a estrutura organizacional e de cargos, forma de ingresso e de carreira, promoção, prerrogativas das funções, atribuições, etc. Nessa PL também devem ocorrer alterações/adequações a fim de contemplar isonomicamente toda a categoria, todos os cargos das Polícias Civis.

O último palestrante do dia foi o Deputado Federal Miro Teixeira, membro da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática, também integrante da Comissão Especial de Reforma Política, que falou sobre a Reforma da Legislação Federal e Crimes de Terrorismo.

O SINPOL/ES apresentou proposta para que o Estado do Espírito Santo sedie o 8º Encontro Nacional de Entidades de Polícia Civil (próximo encontro), sendo a proposta aceita em plenária. Desta forma, o Sindicato de Investigadores de Polícia Civil do Estado do Espírito Santo - SINPOL - estará organizando o próximo encontro nacional para debates de assuntos de interesse da categoria Policial Civil. Esse encontro está previsto para ocorrer no mês de agosto deste ano (2013) com data, local e horários a serem definidos e divulgados posteriormente.

Ao final desse intenso dia de trabalho, a delegação do SINPOL/ES retornou para o Estado, certos de terem bem contribuído e representado a categoria Policial Civil do Estado do Espírito Santo, bem como a toda a categoria em nível nacional.

DIRETORIA TRABALHANDO E MANTENDO VOCÊ INFORMADO!


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