Uma discussão, um esbarrão: tudo vira motivo para matar
Essas razões, banais, podem ter motivado o assassinato de pelo menos seis pessoas na Grande Vitória, nos últimos dois meses
Uma fechada no trânsito, uma briga provocada por um esbarrão, uma palavra ou um olhar mal-interpretados ou até mesmo uma carreira de sucesso. Essas razões, banais, podem ter motivado o assassinato de pelo menos seis pessoas na Grande Vitória, nos últimos dois meses. São casos que já chocariam pela violência das mortes, mas provocam ainda mais indignação em função dos motivos alegados pelos criminosos.
Num caso recente, o assassino da dançarina Alini de Oliveira Gama, 21 anos, morta com dois tiros em Cariacica, alegou que cometeu o crime para que a namorada dele substituísse Alini na gravação do DVD de uma banda. Já o homicídio do bancário aposentado Evaldo Christ, 52, também ocorrido nos últimos dias na Capital, seria consequência de uma briga de trânsito.
"Casos assim são muito difíceis de serem evitados pela polícia justamente porque são cometidos por motivos fúteis. Geralmente, são motivados por ciúme, vingança, inveja, ganância, vaidade ou raiva. São razões muito pequenas para justificar uma morte. Muitas vezes, ocorrem quando o assassino está de cabeça quente", explica o delegado Cláudio Victor, chefe da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Num caso recente, o assassino da dançarina Alini de Oliveira Gama, 21 anos, morta com dois tiros em Cariacica, alegou que cometeu o crime para que a namorada dele substituísse Alini na gravação do DVD de uma banda. Já o homicídio do bancário aposentado Evaldo Christ, 52, também ocorrido nos últimos dias na Capital, seria consequência de uma briga de trânsito.
"Casos assim são muito difíceis de serem evitados pela polícia justamente porque são cometidos por motivos fúteis. Geralmente, são motivados por ciúme, vingança, inveja, ganância, vaidade ou raiva. São razões muito pequenas para justificar uma morte. Muitas vezes, ocorrem quando o assassino está de cabeça quente", explica o delegado Cláudio Victor, chefe da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Análise
Prevalece a sensação de impunidade
Os crimes cometidos por motivos fúteis estão se tornando cada vez mais comuns. Uma das razões para que isso ocorra é a sensação de impunidade, pois quem age dessa forma não teme ser preso e punido por suas atitudes. Crescem com essa certeza, de que ficarão livres. Outro motivo para que homicídios assim sejam praticados é que as pessoas estão muito estressadas, agressivas, intolerantes. Isso as leva a agir com impulsividade. Não se conversa, já se parte para a briga.
Além disso, para essas pessoas, o outro não tem valor. É a banalização da vida. Por isso, muitos matam a sangue frio, apenas para demonstrar opoder, a força quepossuem. Alguns chegam até a premeditar sua ação, principalmente quando matam por vingança ou por ciúme.
Guilherme Lara Leite
Psiquiatra forense
Casos Recentes:
Policial mata caminhoneiro
Em 8 de novembro de 2011, o caminhoneiro Antônio Rodrigues (foto 1), 53 anos, foi morto a tiros pelo militar Saulo de Oliveira de Souza, 30 anos. O crime aconteceu após uma batida, na BR 101 Norte, em Barcelona, na Serra. Após uma leve colisão com a carreta de Antônio Rodrigues, o militar saiu do carro e atirou contra a vítima
Morte em lava a jato
Em 25 de agosto deste ano, Juliano Assunção de Oliveira, 29 anos, foi morto com cinco tiros quando chegava para trabalhar em um lava a jato, em Planalto Serrano, na Serra. O assassino, Uenderson Antônio dos Santos, 28 anos, alegou que a vítima passou por ele e olhou-o de forma "debochada"
Funk em ônibus
No último dia 10, o adolescente Wendel de Freitas Neto, 16 anos, foi assassinado com dois tiros, dentro de um ônibus, na Avenida Beira-Mar, em Vitória. A vítima ouvia funk pelo celular, com volume alto. O fato teria incomodado o rapaz que atirou
Briga e morte
Também neste mês, no dia 14, o auxiliar de produção Joab Vieira
dos Santos (foto 2), 26, foi assassinado dentro do próprio carro, em Itapoã, Vila Velha, após uma briga de trânsito. Joab desentendeu-se com outro motorista, após uma fechada e foi seguido pelo assassino. Ao parar o automóvel, Joab foi atingindo com quatro tiros
Perto de baile funk
No último dia 15, dois jovens foram mortos na porta de um baile funk, em Alecrim, Vila Velha. As vítimas – Marcelo Guerra de Araújo (foto 3), 21, e Ramon Pinheiro de Azevedo, 18 (foto 4) – teriam se envolvido em uma briga dentro da casa de shows. Foram mortos quando iam embora, por dois homens que passaram em um Corsa Sedan branco e atiraram em direção às vítimas. Ramon era filho do pastor evangélico e vereador do município Almir Neres
Dançarina morta
Na última sexta, dia 21, a dançarina e modelo Alini de Oliveira Gama, 21 anos, foi assassinada com dois tiros nas costas por um motoqueiro, em Campo Grande, Cariacica. Alini foi morta porque venceu a namorada do assassino numa disputa para participar da gravação de um DVD de uma banda de forró. O assassino confesso, o motorista de caminhão Deivid Correia de Souza, 26, disse à polícia que matou a jovem para que a namorada dele pudesse substitui-la como dançarina
Homicídio após acidente
No último sábado, dia 22, o bancário aposentado Evaldo Christ, 52 anos, foi morto com vários tiros, na Avenida Leitão da Silva, em Vitória. O crime teria sido motivado por uma briga de trânsito, ocorrida sete dias antes da morte. Na ocasião, Evaldo fechou um homem de bicicleta em Itararé, e o rapaz caiu no chão. Em seguida, os dois agrediram-se, e o ciclista jurou Evaldo de morte
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