Sobrevivência no combate ao crime
O policial recém saído dos bancos acadêmicos encontra, com certeza, sérias dificuldades em seu dia a dia. O auxílio de policiais mais experientes é, sem dúvida, o remédio mais eficiente no combate a essas situações críticas. Porém, a principal atividade que poderá salvar sua vida nas ruas é o treinamento constante; treinamento físico, técnico e psicológico.
A rotina é a maior inimiga do policial e deve ser combatida diuturnamente. Um único momento de distração pode trazer conseqüências fatais e, para evitar isso, o policial deve encarar todas as ocorrências com a mesma atenção e profissionalismo.
A vibração com a carreira e a vontade de mostrar serviço são comuns a todos os recém formados e até mesmo aos policiais mais antigos, porém, durante sua atuação profissional, estes devem balancear o desejo pelo sucesso com muito bom senso. As ações burocráticas, de extrema importância para toda e qualquer força policial mundial, podem ser estudadas demoradamente e reavaliadas por diversas vezes. Já nas ações de rua, uma decisão muitas vezes deve ser tomada em questão de segundos, produzindo efeitos imediatos e envolvendo o risco direto de muitas vidas.
O exercício da profissão policial não pode ser levada como um mero emprego, mas sim como um sacerdócio, pois não são poucas as vezes em que o policial precisa abrir mão do convívio familiar, de horários e de fins-de-semana, para exercer com plenitude suas atribuições de defensor da sociedade, mesmo sabendo que nem sempre será reconhecido por seu trabalho.
Algumas preocupações e observações devem estar sempre presentes na mente de um bom policial, para que este logre êxito em sua profissão:
1) O policial não é um super-homem;
2) Jamais deve sair para as ruas sem antes checar sua arma, seu instrumento de trabalho;
3) Se, ao avaliar uma situação, um ato lhe parecer estúpido, mas este ato funciona, então não é um ato estúpido;
4) Durante uma troca de tiros, deve sempre se manter abrigado, não se tornando um alvo;
5) Nunca deve atirar desnecessariamente, pois isto poderá colocar a vida de terceiros e a missão em risco;
6) Não deve deixar uma arma carregada, se não houver necessidade, principalmente se se tratar de armas automáticas e espingardas calibre 12;
7) Deve sempre empregar seus conhecimentos e seu potencial em missões e durante todo o aprendizado, mas sendo sempre humilde para receber informações que podem lhe salvar a vida;
8 ) O bom policial precisa acreditar em todas as missões que lhe são confiadas, por mais simples que possa lhe parecer, ela pode tirar-lhe a vida;
9) O trabalho em equipe é sempre o melhor trabalho;
10) Se o inimigo está em seu campo de alcance, você também estará no dele;
11) Deve ser profissional, sempre respeitando a capacidade de ação do inimigo;
12) Não deve fazer ou tomar atitudes para as quais não foi preparado.
Abordagem
Abordar é o ato de aproximar-se de uma pessoa, a pé ou motorizada e que emana indícios de suspeição, que tenha praticado ou que esteja na iminência de praticar ilícitos penais.Muitas mortes de policiais estão ligadas diretamente a abordagens executadas ou planejadas de maneira equivocada. A doutrina policial nos ensina que uma abordagem segura, no aspecto efetivo, deve contar com três policiais para cada abordado. Porém, na prática, isso raramente acontece, fazendo com que as atenções devam ser redobradas. |
O policial, ao efetuar uma abordagem, deve observar alguns aspectos basilares para que possa salvaguardar sua vida:
1) Segurança – É a certeza, a confiança, a garantia, a condição de estar seguro. Basicamente é estar cercado de todas as cautelas necessárias para a eliminação dos riscos de perigo.
2) Surpresa – Ato ou efeito de surpreender, aparecer inopinadamente. O fator surpresa, além de contribuir decisivamente para a segurança da equipe, é dissuador psicológico da resistência do abordado.
3) Rapidez – Qualidade de ser rápido, instantâneo, ligeiro, veloz. O princípio da rapidez, dentro da progressão policial, visa impossibilitar uma reação por parte do abordado.
4) Ação vigorosa – Maneira como se exerce uma força física. Não se pode confundir vigor com arbítrio. O policial deve fazer com que o infrator da lei sinta que há decisão de sua parte, neutralizando o menor esboço de reação. O importante é o impacto psicológico, a postura e a conduta, fatores inibidores de uma possível reação.
5) Unidade de comando – Ao se realizar uma abordagem, certos comandos verbais devem ser emitidos visando o entendimento por parte do abordado das ações que deva realizar. Somente um dos policiais da equipe deve ser incumbido de comandar a abordagem e de dar as ordens, pois se vários policiais emitirem ordens ao mesmo tempo a confusão dominará a ação policial, prejudicando seriamente seu êxito.
Nem sempre nas abordagens do dia a dia todos estes aspectos estarão presentes. Portanto, cabe ao policial avaliar os riscos da ação e a oportunidade da sua realização, pois uma prisão pode ser efetuada hoje, amanhã ou até mesmo no ano que vem, porém sua vida é uma só.
Progressão policial
A progressão do policial em locais críticos vem se tornando alvo permanente de estudos técnicos, devido aos altos índices de mortes ou de ferimentos de policiais, de reféns e de terceiros, quando da transposição de tais locais.
As escadas são locais considerados como críticos para a progressão do policial, pois nos deparamos constantemente com curvas e ângulos mortos onde, geralmente, o domínio é do oponente, que estará acima de nós. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário