terça-feira, 11 de dezembro de 2012

ESPÍRITO SANTO PRESENTE. MAS É SÓ O ESPÍRITO...




Áreas dominadas pelo tráfico de drogas

Levantamento feito por A GAZETA aponta regiões com alto índice de homicídios. Segundo a polícia, a maioria dos assassinatos ocorre durante conflitos entre traficantes

A Grande Vitória possui pelo menos 12 regiões dominadas pelo tráfico de drogas, onde os índices de homicídios são elevados. De acordo com a polícia, a maioria dessas mortes ocorre durante conflitos entre traficantes na disputa por pontos de venda de drogas, por dívidas com viciados e também com fornecedores de entorpecentes.



Nesses locais, que incluem, no mínimo, 39 bairros, tiroteios entre grupos rivais e assassinatos são constantes. No último final de semana, quando 22 homicídios foram registrados no Estado, sendo 12 na Grande Vitória, a maioria ficou concentrada nessas áreas.

O levantamento desses bairros e regiões foi realizado com base em informações da polícia e nos assassinatos noticiados em A GAZETA. Na Capital, destaca-se o Complexo da Penha, que compreende o Bairro da Penha, São Benedito e Bonfim. Ocupada pela Polícia Militar desde o início do ano, a área é marcada pela violência do tráfico de drogas.

O mesmo ocorre em Vila Velha, na Grande Santa Rita, que inclui bairros como Santa Rita, 1º de Maio, Pedra dos Búzios e Ilha da Conceição. "Nessas regiões, onde o tráfico possui maior incidência, é mais fácil ocorrerem homicídios", explica o major Rogério Fernandes, subcomandante do 4º Batalhão da PM, responsável pelo policiamento na área.

De acordo com a polícia, os conflitos entre traficantes ocorrem principalmente após a morte ou prisão de algum "chefe" do tráfico. "Quando isso acontece, surge a chance de pontos de venda de drogas serem dominados. Então, outros bandidos passam a brigar pelo poder. Onde há atividade do tráfico também ocorrem muitos crimes como homicídios", explica o delegado Diego Yamashita, titular da Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes (Deten).

Levantamentos da polícia também mostram que a maioria dos envolvidos na guerra do tráfico são adolescentes. "O menor sabe que é protegido pela legislação. Por isso, comete crimes sem medo de ser punido", explica o coronel Nylton Rodrigues, comandante do 6º Batalhão, responsável pelo policiamento na Serra.

De acordo com o delegado Cláudio Victor, chefe da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), 70% de todos os assassinatos registrados têm ligação com o tráfico. Dessa forma, grande parte das operações da Polícia Civil ocorrem nesses bairros. "Todo o Estado foi mapeado, inclusive a Grande Vitória. O objetivo é reduzir o número de homicídios", conta. Cláudio Victor também destaca que muitos casos são elucidados. "Em 600 operações, realizadas neste ano, 425 pessoas foram presas. Além disso, o número de inquéritos concluídos também aumentou: foram 751 até novembro", ressalta ele.

Bairros terão mais policiais

A Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) vai reforçar o policiamento nas áreas onde ocorreram mais homicídios nos últimos dias. De acordo com o secretário Henrique Herkenhof, o aumento do policiamento deve acontecer a partir desta terça-feira (11). "Vamos redirecionar policiais para áreas onde há tendência de ocorrência de homicídios", promete.

Herkenhof também destacou que o aumento no número de homicídios nos últimos dias não deve se manter nas próximas semanas. "Essa oscilação de homicídios não deve ser interpretada como tendência de crescimento. Esses crimes ocorreram porque os criminosos perceberam uma brecha e cometeram esses crimes. Não significa que a polícia esteja ausente", justifica.

O secretário garantiu ainda que espera encerrar 2012 com índices de homicídios inferiores aos registrados no ano passado. "O Estado tem conseguido reduzir o número de homicídios aumentando a repressão, com policiamento ostensivo e investigação e prisão dos culpados. Para 2013, estamos traçando diversas ações para continuar reduzindo essas mortes", finaliza.

Serra tem explosão de violência, e onze pessoas são assassinadas

A violência explodiu ontem, em bairros da Serra. Depois de sete assassinatos no município durante o fim de semana, outros quatro homicídios foram registrados pela Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) ontem. Além disso, um corpo foi encontrado em adiantado estado de decomposição, no bairro Maringá.

As vítimas foram mortas nos bairros Enseada de Jacaraípe, Carapina Grande e Central Carapina. Todas foram alvo de tiros. Já em Parque Residencial Mestre Álvaro, a arma do crime foi um objeto cortante.

Execução

Em Enseada de Jacaraípe, o técnico em mecânica da Vale Diovani Soares Pascoal, 49 anos, foi executado com um tiro na cabeça, por volta das 6 horas. Ele passava pela Rua João Julião, a caminho da Avenida Abdo Saad, onde embarcaria no ônibus que o levaria para a empresa.

Inicialmente, a hipótese levantada pela investigação para o crime seria a de assalto. Mas, segundo a polícia, todos os pertences – carteira, bolsa, aliança, MP3 player, pendrives, dinheiro – estavam com a vítima. Parentes e amigos que estavam no local, no entanto, desconheciam qualquer outro motivo que pudesse justificar o crime. (Nuno Moraes)

Tráfico em Jardim Carapina

O comandante do 6º Batalhão da PM, coronel Nylton Rodrigues, afirmou que das regiões na Serra onde há grupos de traficantes guerrilhando entre si, o bairro Jardim Carapina é onde ocorrem as disputas mais frequentes. No último final de semana, cinco pessoas foram baleadas no bairro.

Desse total, três jovens morreram e duas mulheres foram vítimas de bala perdida. A polícia suspeita de que os crimes – investigados pela Delegacia de Crimes Contra a Vida da Serra - tenham relação com o tráfico.

Para impedir que mais mortes aconteçam na região, a PM reforçou, desde sábado, o policiamento no bairro. "Esse resultado é frustrante. Digo isso porque trabalhamos muito e com muita força. A polícia está enfrentando o problema de frente".

O coronel explicou que, na tarde de domingo, quando o jovem Samuel Pereira dos Santos, 19, foi assassinado com 33 tiros, havia em Jardim Carapina 6 viaturas. Por mês, em média 52 armas são apreendidas na Serra. (Deborah Hemerly)




Fonte: A Gazeta

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