Análise: Ryan Lanza e o
perigo das notícias em
tempo real
Instantes depois de ser noticiado o massacre em Newtown, vários sites na internet, entre eles Fox News, CNN, Buzzfeed e Gawker, passaram a divulgar a página no Facebook do suspeito, Ryan Lanza.
O
perfil no Facebook mostrava um Ryan Lanza cuja cidade natal seria Newtown,
Connecticut --onde ocorreram as 27 mortes-- e vivendo atualmente em Hoboken,
New Jersey. As fotos do perfil do facebook foram veiculadas por diversas TVs e
jornais americanos e no mundo.
Pouco
tempo depois, surgiram "amigos" de Facebook de Lanza dizendo no
Twitter que aquele não era o verdadeiro assassino, mas sim um homônimo. E
reproduziam a página de Lanza com suas atualizações de status (que ele não
poderia estar escrevendo se fosse o assassino, porque este morreu no massacre):
"Fuck
you CNN, não fui eu"
"Cale
a boca, todo mundo, não fui eu"
"Eu
estou no ônibus indo para casa agora, não fui eu. NÃO FUI EU , EU ESTAVA NO
TRABALHO"
Enquanto
amigos comentavam:
"Arrume
um advogado e processe todo mundo"
Horas
depois, jornais passaram a noticiar que, na verdade, o assassino era Adam
Lanza, irmão de Ryan. E que a polícia tinha se confundido ao divulgar os nomes.
Ryan
estava sendo interrogado pela polícia em New Jersey, mas não era suspeito. Mas
suas fotos, com a legenda --suspeito de massacre-- rodaram o mundo. Ah, o
perigo das notícias em tempo real.
Fonte: Patrícia Campos
Mello, da Folha de São Paulo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário