O presidente da AGENPOL (Associação dos Agentes de Polícia), Francisco Serra, convidou as pertinentes entidades representativas da Polícia Civil capixaba para debater, em profícuo café da manhã, uma das questões mais importantes que investigadores de polícia e agentes de polícia têm em comum: o desvio de função. Estiveram lá reunidos os representantes da já citada associação dos agentes de polícia, mais os colegas do SINPOL (Sindicato dos Investigadores) e SINDIPOL (Sindicato dos Policiais Civis).
Já é notória a premeditada substituição de investigadores de polícia por agentes de polícia nas tarefas de investigação policial. Isso visa o esvaziamento do cargo de investigador e a exploração dos ocupantes do cargo de agente, cuja função precípua sempre foi, desde o início dos tempos, uma aberração no âmbito da polícia judiciária, eis que esta é eminentemente direcionada para a elucidação de infrações penais, mas nunca para coadjuvante na execução da pena pelo Estado. Não temos mais presos sob nossa custódia e jamais deveríamos ter tido.
O cargo de investigador é esvaziado porque, à medida em que o Estado utiliza a mão de obra do agente de polícia para dar cabo das investigações que se fazem necessárias, a renovação dos quadros do investigador fica paralisada. Daí para a extinção é um passo. Quanto à exploração dos ocupantes do cargo de agente de polícia, isso é de óbvia constatação ao serem comparados os salários de ambos: os agentes vêm fazendo o trabalho dos investigadores pela metade do preço. Mais óbvio ainda é o interesse do Estado em perpetuar o atual panorama.
Prática recorrente na nossa polícia, não é de agora que a utilização de policiais civis legalmente investidos em determinado cargo são ilegalmente designados para outro. Ou seja, não são apenas os investigadores e agentes que passam por tal situação, mas é sobre eles que vêm recaindo a consequência mais cruel desse costume "contra legem".
A APCES parabeniza as entidades, apoia investigadores e agentes e estará junta nessa luta.
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