Quando a Polícia Federal
chegou, ex-chefe de gabinete da Presidência ligou para José Dirceu
(da Agência UOL, por Mario Cesar de
Carvalho, de São Paulo)
Rosemary Novoa de Noronha ligou para o ex-ministro José
Dirceu pedindo ajuda quando a Polícia Federal iniciou a operação de busca e
apreensão em seu apartamento, na rua 13 de Maio, na Bela Vista, região central
de São Paulo. Dirceu foi acordado com a ligação por volta das 6h da manhã da
última sexta-feira. Teria dito que não podia fazer nada por ela.
Antes de ser nomeada chefe de gabinete da Presidência em São
Paulo em 2005, Rose, como é conhecida, trabalhou por quase 12 anos como
secretária de Dirceu. Foi o ex-presidente Lula quem indicou-a para a chefia de
gabinete da Presidência. Os agentes que participaram da busca no apartamento
contam que, antes de ligar para Dirceu, ela tentara falar com José Eduardo
Cardozo, ministro da Justiça. O ministro, no entanto, não atendeu a ligação, ainda
de acordo com os policiais.
Rose ficou desesperada durante o tempo em que os policiais
ficaram em seu apartamento. Chegou a chorar. Disse que perderia o emprego
depois das buscas -o que, de fato, aconteceu ontem, quando a presidente Dilma
Rousseff decidiu exonerar todos os indiciados. Os policiais afirmam que ela
ficou enfurecida quando eles tentaram copiar o conteúdo de um disco rígido de
um laptop da filha dela. Como a filha não estava na lista dos que eram alvo da
busca autorizada pela Justiça, os policiais deixaram de lado o computador.
O imóvel em que ela vive não tem nada de luxuoso, ainda de
acordo com policiais. Valeria entre R$ 800 mil e R$ 1 milhão --preço de um
apartamento de classe média nessa região de São Paulo. O marido de Rose, José
Cláudio de Noronha, é assessor especial da Infraero em São Paulo. Ele teria
conseguido o cargo por pressão da mulher, segundo a PF. Ela tentava também
arrumar obras para uma pequena construtora dele.
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