quinta-feira, 11 de agosto de 2011

BASTIDORES DO PLANALTO: REAJUSTE DO JUDICIÁRIO, PEC 300 E MAIS



Dilma se opõe ao reajuste do Judiciário e irrita o STF

Já às voltas com dificuldades para assegurar a fidelidade de seus aliados no Congresso, Dilma Rousseff comprou uma briga com o Poder Judiciário.
Em reunião com os comandantes dos partidos do condomínio governista, Dilma pediu que evitem aprovar no Legislativo propostas que elevem os gastos públicos.
Mencionou especificamente o pedido de reajuste salarial dos magistrados e servidores do Judiciário, uma demanda do STF.


blog ouviu dois ministros do Supremo sobre a recomendação da presidente aos partidos. Ambos reagiram com indisfarçável irritação.
Falando para os líderes e presidentes de legendas que integram o conselho político do governo, Dilma evocou a crise econômica.
Disse que o país está preparado para enfrentá-la sem permitir que haja recessão. Mas ressaltou que nada será feito sem sacrifícios.
Declarou que os “Três Poderes precisam colaborar.” Foi nesse ponto que Dilma injetou o Judiciário na conversa. Foi peremptória ao desrecomendar o reajuste salarial.
Afirmou que a concessão do aumento de 14,8% reivindicado pelo Supremo provocaria um indesejável efeito cascata.
Segundo o relato de polítcos presentes ao encontro, a presidente disse que, historicamente, a elevação das despesas salariais do Estado “começam pelo Judiciário.”
Um dos ministros do STF ouvidos pelo repórter afirmou: “A presidente não está agindo de boa fé. Ela sabe que não estamos pedindo reajuste...”
“...Nossa demanda é pela reposição de perdas impostas pela inflação. Uma inflação que o governo dela não vem conseguindo debelar como deveria.”
O outro ministro ironizou: “Com tantos casos de corrupção, parece até brincadeira. O que atrapalha a gestão das finanças não é a folha salarial, mas os ralos.”
Os ministros do Supremo acabam de aprovar, em reunião administrativa, a proposta de orçamento do tribunal para 2012. Prevê gastos de R$ 614 milhões.
A cifra inclui o pagamento de salários reajustados. No caso dos ministros, se o Congresso deixar, o contracheque vai dos atuais R$26.723 para R$ 30.675 mensais.
No encontro com os políticos, Dilma foi ecoada pelo ministro Guido Mantega (Fazenda). Também ele rogou aos congressistas que se abstenham de criar despesas novas.
Mantega pregou contra a chamada PEC 300, a proposta de emenda constitucional que cria um piso salarial para bombeiros e PMs de todo país.
De acordo com a reprodução feita por líderes que estiveram no encontro, o ministro soou em timbre próximo do apocalíptico.
Disse que a aprovação da emenda reivindicada por bombeiros e policiais militares empurraria o Brasil para “dentro da crise internacional.”
Mantega repisou algo que dissera na véspera, no plenário da Câmara: a crise iniciada nos EUA e na Europa deve ser duradoura. Emendou: “Não gastem, não gastem.”
Na contramão do discurso da parcimônia, um par de líderes lembrou a Dilma que a demora do governo em liberar as verbas de emendas parlamentares conspurca o ambiente no Congresso.
Presente à reunião, a ministra Ideli Salvatti, gestora do balcão, lembrou que já obteve da Fazenda o compromisso de liberar uma parte.
Dias atrás, Ideli falara em R$ 1 bilhão em emendas, R$ 150 milhões dos quais imediatamente.
Os aliados do governo desejam mais, muito mais. Exigem do Planalto a liberação de algo entre R$ 2 bilhões e R$ 2,5 bilhões.
Para não azedar a reunião além do necessário, evitou-se mencionar a sucessão de denúncias que eletrificam a Esplanada dos Ministérios.
Tampouco foi citada a operação deflagrada na véspera pela Polícia Federal, que resultou na prisão de integantes da cúpula do Ministério do Turismo.

Fonte: Blog do Josias


Comentário: o ministro da Fazenda que nos perdoe, mas a má-vontade política de proporcionar um salário digno aos policiais brasileiros é bem mais antiga do que a crise internacional deflagrada há poucas semanas. 
A PEC 300 vem sendo cozinhada no banho-maria e, se não houver essa determinação dos policiais (não tantos quanto desejaríamos que fossem), passada essa tal crise, um novo obstáculo será inventado por aqueles que insistem em nos manter mal remunerados.

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