domingo, 10 de abril de 2011

ARMAS: SIM OU NÃO, EIS A QUESTÃO

É assim?
DESARMAR É A SOLUÇÃO CONTRA A VIOLÊNCIA?

Acho que não. Por motivos óbvios, entre eles a impotência de qualquer Estado no controle absoluto das armas, é impossível chegarmos ao desarmamento completo, incluído aí toda a fiscalização que isso demanda. Ainda assim, mesmo que um determinado País conseguisse erradicar as armas de seu território, sobraria enorme quantidade no resto do mundo como potencial ameaça a sua soberania e à integridade física de seu povo desarmado.


As armas fazem parte da história e da cultura do homem. Acompanham-no em relacionamento íntimo desde antes do primeiro registro escrito de seus passos sobre a Terra. Pelas armas, o homem obteve alimento e se defendeu de quem quis tirar-lhe esse alimento, protegendo seus campos de caça e cultivo agrícola. Se hoje quase todos nós buscamos o alimento simplesmente esticando o braço em direção a uma prateleira de supermercado, uma análoga facilidade não se pode atribuir às demais necessidades bem atuais para a garantia da sobrevivência que dependem do poder de dissuasão mais enérgico representado pela arma.

Vivemos num mundo imperfeito no que tange ao comportamento humano. E é uma questão de sobrevivência, e do direito de querer sobreviver, nos defendermos de certas imperfeições que espreitam nas sombras. Muitas vezes isso necessita do emprego de armas, sejam elas estatais ou particulares. O doente que usou uma arma para perpetrar a chacina na escola do Rio de Janeiro só foi contido na sua intenção de fazer desgraça maior porque nas mãos certas havia outra arma para interromper seu itinerário macabro.

Pelo fato dessa medida equivocada para conter a violência reunir todas as probabilidades de malogro do mundo, apostaria de olhos fechados que uma campanha de desarmamento retiraria as armas das mãos certas, mas deixaria a esmagadora maioria de mãos erradas empunhando seus instrumentos de produzir dor.

O problema da violência não está nas armas, e sim nos homens. Armas, bem ou mal utilizadas, são consequência invés de causa. Uma consequência inevitável da luta entre o bem e o mal na decisão sobre a vida ou a morte, o certo ou o errado. Pessoas violentas ainda vão existir por muito tempo até que a humanidade descubra como cultivar e empregar plena e corretamente os sentimentos do Amor, da Justiça e da Compreensão para prevenir a doença dos violentos. Chegando nesse estágio de excelência, de forma natural as armas perderão sua razão para existir, prescindindo aí de qualquer campanha com viés eleitoreiro para serem definitivamente esquecidas. Enquanto esse dia não vem, o Estado deveria ter vergonha de falar em desarmamento porque a forma pouco séria com a qual trata a segurança pública e demais carências sociais não lhe dá estofo moral para tocar em assunto de tamanha complexidade. Viva, Brasil.

Eugênio Espíndula Borgo

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