sábado, 9 de abril de 2011

MODELO PARA SER REVISTO

Militarização da função policial é anacronismo
PMES: 176 anos de chibata

Capitão Assumção



A Polícia Militar do Espírito Santo comemorou nessa quarta (6) mais um aniversário. São 176 anos de história em defesa da sociedade capixaba escrita pelas mãos de nossos heróicos policiais, mas à custa de muita chibata.
 
A PMES, ao completar mais uma data natalícia, não tem muito a comemorar. Pelo menos, os que constroem a sua história prefeririam ficar assistindo em casa ao Programa do Ratinho do que participar de um ato institucional em que se evocam tradições e excessos de formalismos. Os protagonistas dessa gloriosa Corporação estão desanimados.

O retrato desse desânimo podemos enxergar dentro do Centro de Formação e Aperfeiçoamento (CFA) da Polícia Militar quando assistimos incólumes a um espetáculo dantesco e horripilante de pessoas que são colocados na situação de “professores” e tratam os nossos bravos policiais em formação/habilitação como se fossem párias. Não oferecem respeito nem se dão ao respeito e se acham no “direito” de levantar a voz contra policiais que querem apenas ser homenageados com uma graduação pelo tempo de serviço que a Corporação sugou deles em mais de uma geração.

Galgar uma promoção de cabo ou de soldado virou sinônimo de tortura. Uma meia dúzia de pseudo-professores ainda insiste em tratar os nossos policiais “instruendos” como se fossem subespécie. Estão enganados. Atrás de cada farda “chumbão” existe uma família. São esposas, maridos e filhos que veem naqueles queridos policiais os seus grandes heróis.

Não são todos. Mas uma pequena minoria desses “professores” ainda continua a enganar o estado e a sociedade dizendo que dão um tratamento digno aos que se deslocam centenas de quilômetros para terem uma graduação que possa minimizar as dores de uma aposentadoria pelo menos aceitável no fim de suas vidas. Fazem vista grossa aos direitos humanos dos que defendem a liberdade do capixaba. Por recalque, usam e abusam de suas patentes para pisar na cabeça dos policiais, passando por cima até da democracia brasileira, para dar vazão à vida sem sentido que levam.

Para o bem da sociedade capixaba, a Secretaria de Assistência Social e Direitos humanos (SEADH)  do governo do Estado precisa acompanhar de perto essa formação e habilitação de nossos policiais. Hoje, é muito mais fácil dispensar os serviços de um policial que prestou mais de 20 anos de serviço ao povo capixaba e, pasmem, sem direito a nada, por um mero processo administrativo tendencioso, do que colocar nas grades um molestador de crianças ou um traficante.

O estado de exceção perdura dentro das muralhas desse Centro de Formação. E por conta desse anacronismo educacional as possibilidades são remotas de se cobrar tratamento VIP do policial nas ruas enquanto ele estiver sendo formado aos berros como se animal fosse. PMES, 176 anos de covardia.

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