segunda-feira, 16 de maio de 2011

CAI UM ÍCONE DA IDADE DAS TREVAS NO ES

                           Ecos do passado: assim eram as masmorras

 

Imagens para o lixo da História

Editorial de SéculoDiário em 16/05/2009

Abstraindo o lado espetaculoso do ato, resultou carregada de simbolismo político a demolição das celas metálicas de Novo Horizonte, na Serra, pelo governador Renato Casagrande.
O fato em si lembrou uma cerimônia de sepultamento, pois foi enterrado um período de histórico desrespeito aos direitos humanos, uma das principais características do governo Paulo Hartung.
Sepultar talvez não seja o verbo mais adequado ao caso Melhor seria dizer – julgue o leitor – que ali se atirou à lata de lixo da História a mais degradante política prisional já vista no País, salvo algumas comparações que venham a ser feitas com estados em que a violência predomina impunemente.
Ou seja, não estávamos em boa companhia na questão dos direitos humanos quando aqui Paulo Hartung resolveu plantar caixas metálicas, em forma de contêineres, naquela área da Serra libertada no ato aqui enfocado.
Ali funcionaram (se é que se pode usar o termo neste caso), durante longo período do governo Hartung, as masmorras que organizações internacionais de defesa dos direitos humanos – inclusive da ONU – a condenaram veementemente como incompatíveis com a dignidade humana.
Diante do exporto, o que se deve comemorar nesta oportunidade é o fim “das masmorras de lata”, como bem as definiu o jornalista José Rabelo na matéria desta edição sobre o assunto.
Esqueçamos o espetáculo de um governador posando para fotos fingindo dirigir uma retroescadeira – imitando um antecessor que não o queria no governo – e pensemos no simbolismo de um ponto final colocado na triste história de corpos mutilados, alguns degolados – imagens que marcaram negativamente o Estado no triste episódio em tela.


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