quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

CADÁVERES CONSPIRAM CONTRA O GOVERNO

Taxa de homicídio em alta confirma que
recuo de 9,3% não passou de factoide


Paulo Hartung impôs e o governador Renato Casagrande aceitou mais um factoide do seu antecessor. No início deste ano, o secretário de Segurança, Henrique Herkenhoff, endossou a informação “fabricada” pelo governo anterior de que a taxa de homicídio havia fechado 2010 com uma redução de 9,3%. Os números de 2011, no entanto, projetam um cenário incoerente com a tendência de queda anunciada no início de janeiro. Nos primeiros 52 dias de 2011 foram assassinadas no Estado 282 pessoas. Uma média de 5,4 homicídios por dia. O número projeta uma taxa de 57,5 homicídios por 100 mil habitantes – segundo maior índice de 2003 para cá.


No jogo de cena, Herkenhoff chegou a festejar os resultados alcançados pelo governo anterior, dando a entender que a equipe de Hartung sempre esteve no caminho certo. De outro lado, ao acolher os números “encomendados” por Hartung, Herkenhoff impôs para si todo o revés. Para todos os efeitos, Hartung entregou o governo com uma redução de quase 10% no índice de homicídio. Se o atual governo não teve “competência” para manter a taxa na descendente já não é mais problema do ex-governador. Afinal, o carimbo de que Hartung precisava já foi dado lá atrás, quando o governo Casagrande validou os números do antecessor.

A bolha de redução da criminalidade criada pelo ex-governador e engolida pelo atual governo, na verdade, nunca representou uma tendência de queda. Durante os oito anos do governo Hartung, nunca houve uma redução consolidada na taxa de homicídios.

Em 2002, a taxa de homicídios no Espírito Santo era de 51/100 mil habitantes. Ao final do primeiro mandato, Hartung conseguiu uma discreta redução para 49,2/100 mil. Entretanto, no segundo mandato, quando ele mesmo admitiu que havia mais dinheiro em caixa para investir nas áreas que foram abandonadas nos primeiros quatro anos de governo, como a de Segurança, a taxa subiu. A média de 2007 a 2010 foi de 56/100 mil. Nos oito anos de governo a média de homicídios ficou na casa dos 52,5/100, portanto, dois pontos a mais do que a taxa registrada em 2002 (51).

Considerando as 1.878 mortes de 2010, a taxa de homicídios passa dos 53/100 mil, dado divulgado pela Sesp, para 55,2/100 mil. O índice, na verdade, para que não reste nenhuma dúvida, é o terceiro pior resultado da Era Hartung. Somente nos anos de 2009 e 2008, houve mais assassinatos no Estado.

Em números absolutos os resultados da Era Hartung também são desastrosos. De 2003 a 2010, 14.386 foram assassinadas no Espírito Santo. A marca impressionante também confere a Hartung a maior taxa média de homicídios da série histórica nos últimos 30 anos. De 1980 a 2010, nunca se matou tanto no Espírito Santo como na Era Hartung. Pertence também à dupla Hartung/Rodney o maior pico de homicídios registrados em um único mês. Em janeiro de 2010, 197 pessoas foram assassinadas no Estado.
 
Fonte: SeculoDiario

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